Essas palavras vieram de uma realidade completamente paralela a nossa, onde o certo e o errado, o amor e o ódio, a felicidade e a dor se misturam.
Mas não se preocupe, tudo isso jamais aconteceria por aqui.
Caindo em reverso.
Fui pego no ar por mim mesmo ao descobrir que, de novo, desamarrei meus próprios sapatos para tropeçar e cair com tudo no chão.
De novo.
Agora minha mente está vazia, mas há poucos minutos eu estava submerso em pensamentos intrusivos e perversos.
Na mesma intensidade que veio, se foi.
Imaginei o pior dos cenários.
Basicamente, senti na pele a dor que suas palavras me causariam.
Uma tristeza equivalente a duas reencarnações.
Mordiscado por pensamentos famintos por uma verdade que poderia se tornar realidade.
Eis que você abalou minhas estruturas ao agir de uma forma completamente oposta a que eu esperava.
A dor se desmanchou no ar e eu caí, de novo, na realidade.
Doeu.
Ardeu.
Fez barulho.
Me bagunçou.
Agora isso tudo virou cinzas e estou aqui, no chão, novamente, olhando para o nada.
Queria que o caminho inverso também fosse real.
Uma violenta esperança cairia muito bem… ou será que ela é igualmente dolorosa?
Por que vivo em alerta se não consigo prever o mal e, pelo visto, nem o bem que me fazem?
Um pequeno comichão se manifesta dentro de mim após este último pensamento.
Sofrer por um monte de nada é mais exaustivo do que eu gostaria.