A genialidade sem fim de Nando Motta.

Quarentena — Semana #8

Foi como jogar gasolina em uma fogueira.

Danilo H.
2 min readMay 25, 2020

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Penso que todo mundo estava esperando uma reação em cadeia a partir da liberação da tal fita da reunião ministerial que o Moro tanto falava.

Mas que tiro pela culatra, não é mesmo?

Muitos ficaram boquiabertos com as barbaridades ali discutidas entre os compadres e comadres que mais se parecem comensais da morte (aliás, Lorde Voldemort parece fichinha perto dessa trupe).

Ministra Damares de um lado, articulando prisão de governadores e prefeitos que estão violando direitos (risos).

Ministro Salles do outro, falando de passar a “boiada” ao se referir a aprovação de desregulamentações e flexibilização de assuntos ligados ao Meio Ambiente, afinal, o Covid para ele é uma excelente cortina de fumaça.

Já o Ministro da “Educassão” esqueceu da pluralidade do próprio país ao afirmar que detesta o termo “povos indígenas”, afinal, na cabeça dele, só há um povo chamado “brasileiros”. Isso sem considerar sua afirmação de que os “vagabundos” do STF estariam presos, caso dependesse dele.

O auge desta reunião ministerial ficou por conta do ilustríssimo presidente que, além de se mostrar um voraz defensor de sua família corrupta, ainda explicitou o seu desejo incondicional de armar a população, não para instaurar uma ditadura, mas para incitar um conflito armado entre cidadãos e seus governadores.

O flerte da vez é como a guerra civil.

Esses foram os grandes assuntos tratados na reunião que foi disponibilizada na mídia e é alarmante imaginar que essas são as pessoas que estão nos altos escalões do governo.

Contudo, o efeito entre os apoiadores do governo foi justamente o oposto.

Basta uma breve olhada no campo dos comentários dos grandes jornais brasileiros para constatar o alinhamento entre o discurso do governo e seus apoiadores.

Muitos acharam as ideias dos ministros muito proveitosas, interessantes ou esplêndidas. Não há mal algum em tudo o que foi dito, até porque eles escutaram exatamente o que queriam.

Soou como música para os ouvidos desatentos.

Essa ideia de que as pessoas estão cegas ou surdas se esvai agora, os apoiadores do governo nunca estiveram tão felizes ao escutar ideias que ressonavam apenas dentro de suas próprias cabeças.

Quem tinha que “acordar” desse transe chamado bolsonarismo, já acordou. Depois dessa reunião ministerial, não é possível afirmar que uma apoiador não sabe o quê seu candidato faz, pensa, objetiva ou representa.

Agora, mais do que nunca, eles se tornaram uma só voz.

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Danilo H.
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Aqui eu escrevo sobre desconfortos, alegrias e sobre nós.

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