Por Onde Anda O Compromisso?
Faz tempo que ele não dá as caras por aqui.
Há quem o tenho visto em alguma esquina ou beco desta cidade, vagando sem rumo.
Tem muita gente procurando por ele, mas não tem ideia do que fará quando encontrá-lo.
Desejado.
Quisto.
Há rumores que ele desapareceu deste século de vez e não tem planos para voltar.
Porém, vez ou outra, ele dá o ar da graça.
Me contaram que o compromisso anda meio sumido das relações atuais.
Que compromisso e relacionamento são coisas distintas, nós já sabemos, mas o que me causa estranhamento é que, antes, o compromisso era tido como a base de qualquer relação, mas hoje ele é apenas um mero detalhe.
Se estamos cada vez mais contentes com as relações superficiais, sem vínculo ou que não exijam manutenção, o que explica esse desejo que muitos possuem pela palavra “compromisso”.
É possível extrair a essência desta palavra e deixar a responsabilidade atrelada a ela de lado?
Pois bem, se o individualismo é a palavra da vez, qual é o formato das relações atuais?
O prazer dita a regra, os contatinhos tomam seu devido espaço (do ficante padrão ao platinum premium) e me parece que ninguém quer ser o emocionado da vez.
O compromisso se tornou algo supérfluo ou a gente não sabe lidar com o real significado dele?
Por definição, compromisso é um pacto feito entre duas (ou mais) partes com o intuito de criar um acordo.
E aqui acaba a vontade.
Acordo?
Responsabilidade?
Manutenção afetiva?
Quase um filme de terror para muitas pessoas dessa e (não se engane) de outras gerações.
Muitos gritam aos quatro ventos que desejam uma relação mais séria e que estão prontos para ter o tal do compromisso, mas quando chega na hora, esses mesmos indivíduos se retraem.
Isso ocorre pois não temos uma noção clara do que um compromisso significa e tudo bem você não desejá-lo.
E quando as intenções não são tão claras, o choque de perspectivas será eminente.
Atualmente, as pessoas preferem investir em si mesmas e o compromisso foi para o final da fila.
Veja bem, investir em si mesmo não é, de longe, o problema.
A questão central é: o que estamos cultivando?
Pois, muito comumente, dizemos uma coisa e fazemos outra.
Enquanto rola esse entrave do “devo ou não me comprometer com tal pessoa?”, o compromisso caminha bem longe daqui e, pelo visto, não parece muito propenso a voltar.
E vale lembrar que isso não se aplica apenas para namoros, toda relação é afetada pelo compromisso, desde uma amizade até um relação familiar.
Você quer se comprometer com o outro?
Se a resposta for sim, se prepare, pois a jornada é longa.
Se a resposta for não, tudo certo! O mundo está operando desta forma, então não será tão difícil.
O ideal é não ficar entre um e outro, caso contrário, alguém pode se machucar.
Se puder, não seja essa pessoa.