Dança das Horas #8 — (18h29)
Existe um breve momento em que sinto que tudo deve retornar ao seu devido lugar.
As luzes se acendem e vão afastando essa escuridão que vai tomando a cidade enquanto sol abandona o seu posto.
Existe uma dinâmica de pessoas chegando e indo embora que se soma a um burburinho crescente e se torna, por consequência, a nova identidade daquele lugar.
Os vespertinos se retiram.
Os noturnos chegam.
E eu fico no meio deste trânsito de pessoas que vem e que vão sem saber o lugar que pertenço.
Será que as horas de um relógio são suficientes para dizer quem você é?
Os que viram a noite acordados.
Os que dormem de dia.
Os que se apegam ao Carpe Diem e não o largam.
Os que tem medo da noite.
Será que faço parte de algo?
Oscilo violentamente entre o Carpe Diem e o Carpe Noctem, pois ainda não me encontrei em nenhum dos extremos.
Hoje não tomarei uma decisão.
Hoje seguirei apenas o fluxo.