Breve #6 — Refém.
Eu poderia sair correndo por aquela porta e você jamais me alcançaria, mas aqui estou sentado.
Você levantou para ir pegar uma bebida e ainda não voltou… até que isso me fez muito bem.
Não consigo respirar com você do meu lado.
não consigo ir embora.
Engraçado, né? Virei a noite te cantando em um aplicativo qualquer, quis tanto te conhecer e eis que você liberou esse monstrinho horroroso, carente e cheio de pontos finais pra cima de mim.
Por que você me poda?
Por que você me vira contra mim mesmo?
Suas frases sempre terminam com um “não é?” me induzindo a concordar e concordar.
Não posso ser o que sou.
Tenho que ser o que não fere o seu pequeno grande ego.
Você retorna para a mesa com duas long necks, me entrega uma, brindamos e rimos um para o outro.
Não se engane, eu quebraria essa garrafa na sua cabeça.
Detesto sorrir de infelicidade.
Detesto ensaiar um adeus.
Por mais que o seu beijo seja celestial, talvez, aqui dentro, eu te deteste.