Reproduzido da Internet.

Arquivo #7 — Fale Comigo.

Provei do seu veneno e quase emudeci.

Danilo H.

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Estou olhando a tanto tempo para o lado vazio da minha cama que já não sei se você estava aqui do meu lado há 30 minutos, se foi mês passado ou até mesmo se isso chegou a acontecer.

Lembro de um domingo preguiçoso e abafado.
Somente uma peça de roupa bem pequena separava nosso corpos.
Sua cabeça deitada sobre a minha barriga.
Eu brinco com seus cabelos, você ri e me olha de soslaio.

Seus olhares misteriosos.
Ao passo que os amo também os odeio.

De repente você se levanta, me beija, se veste e vai embora.

Pronto.
A magia acabou num passe de mágica!

Já vi essa história em algum lugar.

Agora imploro pelo som da sua voz, pois já não me lembro das cócegas que sinto dentro dos meus ouvidos ao te escutar.

Só restaram algumas poucas memórias de uma noite iluminada por uma vela que dentro de um copo dançava.

Lá você era um.
Agora é outro.

Falamos tanto sobre a sinceridade e o silêncio, contudo na hora mais sombria você optou por me dar o mais doloroso deles.

Uma vez questionado você fez que não era contigo.
Você revira os olhos tentando lembrar… mas nada veio a mente, sei lá, você não se lembra de nada.

Mas eu lembro.

“Fale comigo”, supliquei.
Eis que você repete as minhas próprias palavras e me causa a sensação de estar falando sozinho.

Ah verdade!
Estou, de fato, sozinho.

Na verdade, agora me ocorre que contigo eu sempre estive sozinho.
No escuro.
No silêncio.

Eu só queria escutar a sua voz uma última vez.
Fale comigo!
Vai, fala!

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